quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Classificaçao do relevo brasileiro

Uma das primeiras classificações feitas no Brasil sobre o relevo do país começou a ser produzida nos anos 1940 pelo geógrafo e geomorfólogo brasileiro Aroldo de Azevedo. Professor da USP, Aroldo publicou seu trabalho em 1949. A classificação baseava-se no critério da altimetria que dividia o Brasil em planícies, áreas de até 200 metros de altitude, e planaltos, áreas superiores a 200 metros de altitude.

Aroldo baseou seu trabalho nas informações produzidas sobre o território até então e em trabalhos de campo onde partiu para a observação direta do relevo. Ele dividiu o Brasil em quatro planaltos e quatro planícies. Os planaltos são:

Planalto das Guianas
Planalto Atlântico
Planalto Central
Planalto Meridional

As planícies são:

Planície Amazônica
Planície do Pantanal
Planície Costeira
Planície do Pampa ou Gaúcha




No final dos anos 1950 surgiu uma nova classificação de relevo para o Brasil, elaborada pelo geógrafo e geomorfólogo Aziz Nacib Ab'Sáber. Também professor da USP, Ab'Sáber elaborou uma classificação mais complexa do que a de seu antecessor. Introduziu a abordagem morfoclimática, que considera os efeitos do clima sobre o relevo. Identificam-se sete planaltos e três planícies na classificação de Aziz. Os planaltos são:

Planalto das Guianas
Planalto Central
Planalto Meridional
Planalto Nordestino
Planalto do Maranhão-Piauí
Planalto Uruguaio Sul-Riograndense
Serras e Planaltos do Leste e Sudeste

As planícies são:

Planície Amazônica
Planície do Pantanal
Planície Costeira



Em 1989 foi divulgada a nova classificação de relevos do Brasil elaborada pelo professor Jurandyr Ross, do Laboratório de Geomorfologia do Departamento de Geografia da USP. Ele usou no seu trabalho os dados produzidos pelo Projeto Radam Brasil.

Esse projeto, que restringia-se ao mapeamento por radar da Amazônia, foi ampliado para todo o Brasil em 1975. No levantamento dos dados foi utilizado o avião Caravelle que sobrevoou o país a uma altitude média de 12 km e a uma velocidade média de 690 Km/h. O professor Jurandyr Ross fez parte da equipe do Radam Brasil.

A nova classificação, com 28 unidades de relevo, considerou, além das características morfoestruturais (estruturas geológicas) e morfoclimáticas, as características morfoesculturais do relevo, ou seja, a ação dos agentes externos. E introduz o conceito de depressão, inexistente nas classificações anteriores.

As depressões são formas de relevo que apresentam altitudes mais baixas do que as existentes ao redor, já que elas circundam planaltos. Nas áreas de contato entre os planaltos e as depressões, costumam surgir escarpas quase verticais, demosntrando o efeito da erosão diferencial. Os sedimentos erodidos constituem a estrutura aplanada das depressões enquanto as rochas resistentes à erosão constituem os planaltos. No Brasil, existem 11 depressões e elas são divididas nos três grupos a seguir:

Depressão Periférica: estabelecidas nas regiões de contato entre estruturas sedimentares e cristalinas.

Depressão Interplanáltica: estabelecidas em áreas mais baixas em relação aos planaltos que as circundam.

Depressão Marginal: margeiam as bordas de bacias sedimentares, esculpidas em estruturas cristalinas.

Os planaltos, segundo a classificação de Jurandyr Ross, correspondem às estruturas que cobrem a maior parte do território e são consideradas formas residuais, ou seja, constituídas por rochas que resistiram ao trabalho de erosão. No Brasil existem 11 planaltos divididos nos quatro grupos a seguir:

Planaltos em Bacias Sedimentares: constituídos por rochas sedimentares e circundados por depressões periféricas ou marginais.

Planaltos dos Cinturões Orogênicos: originados pela erosão sobre os antigos dobramentos sofridos na Era Pré-Cambriana pelo território brasileiro.

Planaltos em Núcleos Cristalinos Arqueados: estruturas que, embora isoladas e distantes umas das outras, possuem a mesma forma, ligeiramente arredondada.

Planaltos em intrusões e coberturas residuais da plataforma (escudos): formações antigas da era Pré-Cambriana que possuem grande parte de sua extensão recoberta por terrenos sedimentares.

Nas planícies, onde predomina o trabalho de acumulação de sedimentos, as constituições das rochas se diferenciam dos planaltos e das depressões por serem formadas por sedimentação recente, com origem no Quaternário. No Brasil existem 6 planícies divididas em dois grupos:

Planícies Costeiras: encontradas no litoral como as Planícies e Tabuleiros Litorâneos.

Planícies Continentais: situadas no interior do país, são consideradas planícies as terras situadas junto aos rios.

Esses três conjuntos (depressões, planaltos e planícies) compõem a classificação mais recente adotada no Brasil.

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Biomas brasileiros (Continuação...)



Amazônia

Extensão aproximada: 4.196.943 quilômetros quadrados
A Amazônia é a maior reserva de biodiversidade do mundo e o maior bioma do Brasil – ocupa quase metade (49,29%) do território nacional. Esse bioma cobre totalmente cinco Estados (Acre, Amapá, Amazonas, Pará e Roraima), quase totalmente Rondônia (98,8%) e parcialmente Mato Grosso (54%), Maranhão (34%) e Tocantins (9%). Ele é dominado pelo clima quente e úmido (com temperatura média de 25 °C) e por florestas. Tem chuvas torrenciais bem distribuídas durante o ano e rios com fluxo intenso.
O bioma Amazônia é marcado pela bacia amazônica, que escoa 20% do volume de água doce do mundo. No território brasileiro, encontram-se 60% da bacia, que ocupa 40% da América do Sul e 5% da superfície da Terra, com uma área de aproximadamente 6,5 milhões de quilômetros quadrados. A interação de variadas condições geográficas e climáticas predominantes no bioma Amazônia resulta numa vasta fauna e numa flora variada e rica. Estima-se que esse bioma abrigue mais da metade de todas as espécies vivas do Brasil.
A vegetação característica do bioma Amazônia é do tipo floresta ombrófila densa, normalmente composta de árvores altas. Nas planícies que acompanham o Rio Amazonas e seus afluentes, encontram-se as matas de várzeas (periodicamente inundadas) e as matas de igapó (permanentemente inundadas). Aspectos da savana, da campinarana, de formações pioneiras e de refúgios ecológicos também estão presentes nesse bioma.

Cerrado

Extensão aproximada: 2.036.448 quilômetros quadrados
O Cerrado é o segundo maior bioma da América do Sul e cobre 22% do território brasileiro. Ele ocupa totalmente o Distrito Federal e boa parte de Goiás (97%), de Tocantins (91%), do Maranhão (65%), do Mato Grosso do Sul (61%) e de Minas Gerais (57%), além de cobrir áreas menores de outros seis Estados. É no Cerrado que está a nascente das três maiores bacias da América do Sul (Amazônica/Tocantins, São Francisco e Prata), o que resulta em elevado potencial aquífero e grande biodiversidade. Esse bioma abriga mais de 6.500 espécies de plantas já catalogadas.
No Cerrado predominam formações da savana e clima tropical quente subúmido, com uma estação seca e uma chuvosa e temperatura média anual entre 22 °C e 27 °C. Além dos planaltos, com extensas chapadas, existem nessas regiões florestas de galeria, conhecidas como mata ciliar e mata ribeirinha, ao longo do curso d’água e com folhagem persistente durante todo o ano; e a vereda, em vales encharcados e que é composta de agrupamentos da palmeira buriti sobre uma camada de gramíneas (estas são constituídas por plantas de diversas espécies, como gramas e bambus).

Mata Atlântica

Extensão aproximada: 1.110.182 quilômetros quadrados
A Mata Atlântica é um complexo ambiental que engloba cadeias de montanhas, vales, planaltos e planícies de toda a faixa continental atlântica leste brasileira, além de avançar sobre o Planalto Meridional até o Rio Grande do Sul. Ela ocupa totalmente o Espírito Santo, o Rio de Janeiro e Santa Catarina, 98% do Paraná e áreas de mais 11 Unidades da Federação.
Esse bioma é o grande conjunto florestal extra-amazônico. Seu principal tipo de vegetação é a floresta ombrófila densa, normalmente composta por árvores altas e relacionada a um clima quente e úmido. A Mata Atlântica já foi um dos mais ricos e variados conjuntos florestais pluviais da América do Sul, mas atualmente é reconhecida como o bioma brasileiro mais descaracterizado. Isso porque os primeiros episódios de colonização no Brasil e os ciclos de desenvolvimento do país levaram o homem a ocupar e destruir parte desse espaço.

Caatinga

Extensão aproximada: 844.453 quilômetros quadrados
A Caatinga, cujo nome é de origem indígena e significa “mata clara e aberta”, é exclusivamente brasileira e ocupa cerca de 11% do país. É o principal bioma da Região Nordeste, ocupando totalmente o Ceará e parte do Rio Grande do Norte (95%), da Paraíba (92%), de Pernambuco (83%), do Piauí (63%), da Bahia (54%), de Sergipe (49%), do Alagoas (48%) e do Maranhão (1%). A caatinga também cobre 2% de Minas Gerais.
A Caatinga apresenta uma grande riqueza de ambientes e espécies, e boa parte dessa diversidade não é encontrada em nenhum outro bioma. A seca, a luminosidade e o calor característicos de áreas tropicais resultam numa vegetação de savana estépica, espinhosa e decidual (quando as folhas caem em determinada época). Há também áreas serranas, brejos e outros tipos de bolsão climático mais ameno.
Esse bioma está sujeito a dois períodos secos anuais: um de longo período de estiagem, seguido de chuvas intermitentes e um de seca curta seguido de chuvas torrenciais (que podem faltar durante anos). As duas estações acentuam contrastes da Caatinga: numa época o bioma se encontra despido, cinzento e espinhoso. Em outra, mais verde, encoberto de uma significativa quantidade de pequenas folhas. Dos ecossistemas originais da caatinga, 80% foram alterados, em especial por causa de desmatamentos e queimadas.

Pampa

Extensão aproximada: 176.496 quilômetros quadrados
O bioma pampa está presente somente no Rio Grande do Sul, ocupando 63% do território do Estado. Ele constitui os pampas sul-americanos, que se estendem pelo Uruguai e pela Argentina e, internacionalmente, são classificados de Estepe. O pampa é marcado por clima chuvoso, sem período seco regular e com frentes polares e temperaturas negativas no inverno.
A vegetação predominante do pampa é constituída de ervas e arbustos, recobrindo um relevo nivelado levemente ondulado. Formações florestais não são comuns nesse bioma e, quando ocorrem, são do tipo floresta ombrófila densa (árvores altas) e floresta estacional decidual (com árvores que perdem as folhas no período de seca).

Pantanal

Extensão aproximada: 150.355 quilômetros quadrados
O bioma Pantanal cobre 25% de Mato Grosso do Sul e 7% de Mato Grosso e seus limites coincidem com os da Planície do Pantanal, mais conhecida como Pantanal mato-grossense. O Pantanal é um bioma praticamente exclusivo do Brasil, pois apenas uma pequena faixa dele adentra outros países (o Paraguai e a Bolívia).
É caracterizado por inundações de longa duração (devido ao solo pouco permeável) que ocorrem anualmente na planície, e provocam alterações no ambiente, na vida silvestre e no cotidiano das populações locais. A vegetação predominante é a Savana, mas também há formações de savana estépica e pequenas áreas de floresta estacional semidecidual e decidual.
Quase toda a fauna brasileira está representada no bioma Pantanal. Durante o período de inundação, algumas espécies, como aves e mamíferos, se deslocam para áreas altas próximas. A cobertura vegetal original de áreas que circundam o Pantanal foi em grande parte substituída por lavouras e pastagens, num processo que já repercute na Planície do Pantanal.

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Biomas brasileiros

Biomas brasileiros
Por: Denise Moraes

Vamos começar nosso texto com um pequeno exercício. Tente lembrar de algumas regiões do Brasil que você já viu pela televisão. Por exemplo, quando você lembra o que já viu sobre a Amazônia.


Que imagem você tem da Amazônia? Grandes árvores, muitos rios e bichos que você não está acostumado a ver. Não é isso? Agora, vamos tentar outro exemplo. Quando você pensa no Nordeste, qual paisagem vem à sua cabeça? Lugares secos, quase sem árvores, apenas com aqueles cactos que lembram filmes nos desertos...

É claro que a Amazônia não tem só o que você imagina. Assim como o Nordeste não é um imenso deserto. Mas as imagens que vieram à sua mente neste exercício mostram fatores determinantes de cada um desses lugares como flora, fauna e temperatura. Existem muitos vegetais, animais e tipos de clima, mas esses elementos não estão todos presentes em todos os lugares. Em um determinado local existem bichos mais comuns, plantas que predominam, faz mais calor ou mais frio, chove mais ou chove menos.

Ecossistema é o nome dado ao conjunto de seres vivos ou não que caracterizam um lugar, uma região. Podemos dizer então que fazem parte de um ecossistema animais, plantas, bactérias, a água, o vento, o solo, a luz do sol... tudo isso junto, ou seja, a forma como todos esses fatores se relacionam, como eles estão ligados, é o que determina um ecossistema.

Os ecossistemas podem ser divididos em terrestres e aquáticos. Além desta divisão, também podem ser classificados em naturais, como, por exemplo, bosques, florestas, desertos e oceanos e artificiais, criados pelo homem, como açudes, aquários e plantações.

Lembrando de apenas alguns elementos, como a diversidade de animais que você já viu, as espécies de plantas que conhece, as mudanças de clima que já experimentou e o tamanho do nosso planeta.
Você deve estar se perguntando quantos ecossistemas existem na Terra. É, são muitos. Existem ecossistemas dentro de outros ecossistemas, como é o caso de um lago que pertence a um bosque. Todos eles juntos formam a Biosfera, a parte do planeta que é ocupada por seres vivos.

Biomas são reuniões de ecossistemas agrupados de acordo com aspectos de vegetação, relevo e clima. Aqui no Brasil, o Ministério do Meio Ambiente admite a existência de sete biomas: Amazônia, Cerrado, Caatinga, Pantanal, Mata Atlântica, Campos Sulinos e Costeiro.

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

America Andina

A América Andina é constituída pelos países da América do Sul atravessados pela Cordilheira dos Andes.
São eles: Chile, Bolívia, Peru, Equador, Colômbia e Venezuela. Em conjunto esses países ocupam aproximadamente 6,4 milhões de quilômetros quadrados.
A população dos países andinos é superior a 134 milhões de habitantes, sendo a Colômbia, o Peru e a Venezuela os países mais populosos.
Na composição étnica da população andina, sobressaem os índios e os mestiços de índio com branco de origem espanhola, que juntos representam mais de 70% da população regional.
A concentração populacional é maior no litoral e nos altiplanos e vales andidos. A leste da Cordilheira dos Andes, as terras baixas amazônicas são escassamente povoadas. Outro aspecto da distribuição da população regional é sua grande concentração nas cidades. A taxa de população urbana é maior na Venezuela e no Chile e menor no Equador e na Bolívia.
As maiores regiões metropolitanas dos países andinos são Lima, Bogotá e Santiago do Chile.A economia dos países andinos é baseada em atividades primárias, tais como: mineração, pesca, agricultura e pecuária. Em relação à mineração, os principais recursos encontrados são: Petróleo (Equador, Colômbia e sobretudo na Venezuela); chumbo e prata (Peru); cobre (Chile); estanho, bauxita e gás (Bolívia). A pesca é destaque no Equador, Colômbia e principalmente no Peru. A agricultura familiar, ou de subsistência, é pratica entre os camponeses mais pobres, que plantam com poucos recursos. Contrastando com a agricultura de subsistência, a agricultura comercial utiliza técnicas modernas, e se concentra em grandes propriedades cujos produtos são voltados para a exportação. A pecuária, tanto de bovinos quanto de ovinos é de baixa produtividade, e não chega a atender o mercado interno